quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

RESISTÊNCIA ENFRENTA AUTORIDADE PALESTINA * Crônica Palestina

RESISTÊNCIA ENFRENTA AUTORIDADE PALESTINA
Yazid Ja'ayseh, líder do Batalhão de Jenin, foi morto pela Autoridade Palestina em Jenin

'Ninguém pode desarmar a resistência em Jenin' – Comandante ataca a AP.

No domingo, a mídia palestina relatou novos confrontos entre grupos de resistência e forças de segurança da AP no campo de refugiados de Jenin.

O porta-voz do Batalhão de Jenin – parte das Brigadas Al-Quds, a ala militar do Movimento Jihad Islâmico – acusou as forças de segurança da Autoridade Palestina (AP) de tentar eliminar a resistência em Jenin e seu acampamento no norte da Cisjordânia.

Em entrevista à Al-Jazeera, o comandante enfatizou que o foco do grupo continua sendo apenas resistir à ocupação e rejeitou qualquer tentativa de desarmá-los, chamando tais esforços de inúteis.

“Ninguém pode desarmar a resistência em Jenin, exceto o Senhor dos Mundos”, ele teria dito.

O porta-voz reiterou o apoio à aplicação das leis, mas questionou:

“Onde está a lei durante os ataques do exército de ocupação nas cidades e vilas da Cisjordânia?”

No domingo, a mídia palestina relatou novos confrontos entre grupos de resistência e forças de segurança da AP no campo de refugiados de Jenin.

Um membro sênior do Batalhão de Jenin criticou a AP por tentar assumir o controle do campo atacando civis em vez de confrontar a Resistência diretamente.

No sábado, ocorreu o ápice da operação "Protegendo a Pátria" da AP, que levou ao assassinato de Yazid Ja'ayseh, líder do Batalhão de Jenin, e de uma criança de 13 anos.

Essas ações provocaram tensões elevadas, com a Resistência rejeitando iniciativas lideradas pela AP que exigem que os combatentes entreguem suas armas. Em vez disso, eles pediram à AP que protegesse os palestinos das forças israelenses e dos colonos armados.

A violência no campo de Jenin começou no início do mês, depois que a AP deteve Ibrahim Tubasi e Imad Abu al-Haija, levando as forças de resistência a apreenderem veículos da AP para exigir sua libertação.

A AP rejeitou essas exigências, reiterando sua intenção de desmantelar a infraestrutura da Resistência e confiscar armas, às quais os líderes da Resistência se opuseram veementemente.
Mensagem para Trump

O jornalista palestino e editor do Palestine Chronicle, Ramzy Baroud, argumentou em um pequeno vídeo no domingo que os ataques contínuos da AP a Jenin estão diretamente ligados a Washington, ou seja, ao desejo da AP de se afirmar como um parceiro confiável de Israel na Cisjordânia.

CONEXÃO TRUMP

Poucas horas depois, uma reportagem publicada pelo site de notícias americano Axios confirmou a análise, dizendo que a Autoridade Palestina ordenou a operação “para enviar uma mensagem ao novo governo Trump de que a Autoridade Palestina é um parceiro confiável”.

A Axios citou uma autoridade palestina dizendo que este é “um momento crucial para a Autoridade Palestina — ou age como um estado que você diz ser ou volta a ser uma organização militante”.

De acordo com o relatório,

“O governo Biden pediu a Israel que aprovasse a assistência militar dos EUA às forças de segurança da Autoridade Palestina para uma operação de longo alcance que a AP está conduzindo na Cisjordânia ocupada por Israel, Palestina”.

Além disso, a Axios citou autoridades dos EUA e da Palestina dizendo que o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, “ordenou aos chefes dos serviços de segurança palestinos que lançassem uma operação em Jenin e assumissem o controle do campo de refugiados”.

“Os assessores de Abbas informaram o governo Biden e os conselheiros do presidente eleito Trump antes da operação”, observou o relatório, acrescentando que “o coordenador de segurança dos EUA, general Mike Fenzel, se reuniu com os chefes de segurança palestinos antes da operação para revisar seu planejamento”.

FONTE
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