PANAMÁ DESDE OMAR TORRIJOS
"O Canal do Panamá e a geopolítica em desenvolvimento
Por: Franklin González
Acerto, quinta-feira, 26/12/2024
“Em tempos de engano universal, dizer a verdade torna-se um ato revolucionário.” (George Orwell).
Dissemos, em diversos escritos, que hoje existe uma luta tripolar pela hegemonia mundial, entre três “países fortes”, como os Estados Unidos, a Rússia e a China. O primeiro, com as suas históricas pretensões de superioridade, com o seu “Estado Empresário” (José Saramago) ou “Estado Profundo” (Noam Chomsky) e que sempre utilizou, segundo o historiador Howard Zinn, no texto Da Guerra, o conselho exposto por Maquiavel em O Príncipe: “emula o leão e a raposa”. O leão usa a força e a raposa usa o engano. Quando a estratégia do engano não funciona para convencer e atingir seus objetivos, a força é então usada.
Essa seria uma expressão “modernizada” da visão hobessiana (de Thomas Hobbes) de que: “o homem é o lobo do homem” ou “o homem é um lobo para o homem” (Homo homini lupus).
Os outros dois países (Rússia e China) identificam-se mais com a visão lockeana (John Locke) ou grotiana (Hugo Grotius) de respeito pelas leis e instituições nas relações internacionais, sustentando que um estado natural não é um estado de anarquia e guerra de todos. contra todos, mas é possível uma situação de paz, boa vontade e assistência mútua entre iguais, onde a coexistência é ordenada pela lei natural.
Em suma, é através da razão que os homens podem conhecer o conjunto de mandamentos e prescrições que compõem o direito natural.
Mas deve ficar claro que ambos os países se desenvolvem como os Estados Unidos, sob a lógica do capital, não propõem um modelo económico alternativo (por exemplo, o socialismo) e, como diria o filósofo francês Jacques Ranciére, “não estão em a face do capitalismo, mas eles vivem no seu mundo."
O Canal do Panamá em disputa
Como se sabe, é uma das principais rotas interoceânicas do comércio internacional. Conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, e funciona como um atalho marítimo que economiza distância e tempo para o transporte de mercadorias, pois evita uma viagem de 7 mil milhas náuticas adicionais (13 mil quilômetros) ao redor da ponta da América do Norte Sul.
Esta estrada tem uma extensão de 82 quilômetros e atravessa o centro do Panamá. A sua história remonta ao século XIX, quando foram propostos os primeiros projetos de construção de um canal artificial no istmo panamenho, destacando-se então as propostas de alemães e franceses. Este último até iniciou, na década de 1880, a fase de trabalhos preparatórios para a sua construção, mas não houve mais progressos.
Somente em 1903, após a separação do Panamá da Colômbia, este país assinou um tratado com os Estados Unidos para a construção da rota interoceânica de navios e no ano seguinte as obras começaram após a compra dos direitos dos franceses. O projeto foi concluído em 10 anos (1914).
Os EUA controlaram o canal a partir de então, até 31 de dezembro de 1999, data em que transferiram a gestão da infraestrutura para as autoridades panamenhas, conforme estabelecido em um tratado bilateral assinado em 7 de setembro de 1977 pelo então presidente dos EUA, Jimmy Carter , e o Chefe do Governo do Panamá, Omar Torrijos.
O Panamá assumiu total responsabilidade pela administração, operação e manutenção da rodovia interoceânica.
No entanto, aqueles que estão no poder nos Estados Unidos continuam convencidos de que este canal é sua propriedade. É tão verdade que o próximo presidente dos Estados Unidos, como bom representante do “estado profundo”, falou e fez isso como sempre faz: sem qualquer dissimulação.
Ele disse que Washington pode exigir a recuperação do controle do canal se as condições de sua transferência para o país latino-americano continuarem a ser violadas."
QUEM É OMAR TORRIJOS
PANAMÁ VIEJA ESCUELA/YOUTUBE
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